segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Cap. 1. A Aposta

Era época das provas finais no colégio, muitos já comentavam sobre o que iriam fazer durante as férias de verão, que por sinal, deixa bem claro que estava chegando. Todos os alunos procuravam um lugar sombreado e fresco, evitando lugares cheios para comer, outros nem tinham fome, limitavam-se a comprar uma bebida gelada e aproveitar o intervalo. E haviam ainda outros que permaneciam dentro da sala de aula, estudando para as provas do final daquele mês, no caso Hina Hayashi, fazia parte deles. Estava em sua carteira, que se localizava na primeira fileira do meio, dando a ela uma visão de quem passava pelo corredor e as vezes, uma visão completa do céu pela janela.
Hina estava com um livro aberto em sua mesa, tentava se concentrar no que lia e compreender, porém se perdia na metade da página e tinha de voltar ao começo, isso porque um grupo que ficou na sala, não parava de conversar e rir em voz alta. Ela esfregou os olhos e deitou a cabeça sob o livro. Quem a visse imaginaria que estivesse tentando dormir ou já adormecida, mas a verdade era que estava tentando não se irritar. Mentalmente contava até dez, e logo após xingava cada um daqueles alunos tagarelas, ou pelo menos colocava um apelido.
"O que fazem na sala de aula se não é para estudar? Tudo bem que é intervalo, mas se querem conversar assim procurem outro lugar!" - pensava a jovem.
Foi despertada de seu monólogo mental por duas de suas colegas, Chiyeko e Kei, que traziam uma lata de suco para Hina, Chiyeko permacia de pé, ela era do tipo mais séria e estudiosa, apesar disso, fugia dos padrões que davam aos inteligentes, não usava óculos, não tinha o cabelo cortado reto, muito pelo contrário, possuia  uma aparência discontraída, seus fios eram ondulados e repicados, gostava de se sentir a vontade ao se vestir e por isso muitas vezes o uniforme não estava corretamente abotoado. Já Kei era amigável e fofa, gostava de usar vários acessórios infantis, como presilhas com morangos, laços rosas. Qualquer um que a visse pela escola, diria que era mais jovem do que aparentava, mas nunca ninguém a viu sem utilizar suas diversas maquiagens, era difícil dizer se ela realmente era bonita ou feia, afinal sua "máscara" era sua verdadeira face.

- Pegue, Hina! Escolhi esse suco de abacaxi especialmente para você! - dizia Kei - Acho dificil acreditar que você está tão mal assim nos estudos...
- Ela tem razão, essa matéria é consideravelmente fácil aqui. Acho que você vai ter de ficar de recuperação durante as férias, Hina. Do jeito que as coisas estão andando. - Chiyeko se aproximava da carteira e se inclinava um pouco, para espiar o que a colega estudava. - Ainda mais porque esse capítulo que você está é um dos primeiros...

Hina apoiava o cotovelo na mesa e a cabeça em sua mão, o rosto demonstrava um certo desgosto, afinal, o que diziam era verade, estava indo mal na matéria e provavelmente perderia parte das férias, deixando-a mais desanimada ainda, dificultando ainda mais sua concentração.

- Mas o que eu poderia fazer?! Tenho certeza que o professor não vai com a minha cara! Sempre que pergunto algo e insisto, porque não entendi, ele diz que eu tenho que me esforçar mais e buscar o conhecimento sozinha...

De repente, as três ouviram uma gargalhada ao fundo, era de um rapaz, que não se controlava. Inicialmente acharam que era de algum assunto do grupinho, mas logo o mesmo se levantava e foi em diração a Hina. Com uma mão na barriga e a outra se apoiando na carteira ao lado, o rapaz se esforçava para continuar falar.

- Caramba! Até o professor desistiu de você?! Hahaha! Isso que é um caso perdido!

Hina ficou perplexa. Tamanha falta de respeito (apesar da sinceridade) dita por alguém que ela nem tem algum contato. Kei por sua vez apenas fez uma cara de brava, desaprovara o que aconteceu. Já Chiyeko, lançou um olhar perfurante no rapaz, ela competia com ele pelas melhores notas, apesar do rapaz não se importar com aquilo, pelo menos era o que vivia dizendo para todos. A estudante se aproximou do mesmo e o encarou de perto, mantendo um tom áspero na voz.

- Caso perdido? Engano seu, uma pessoa que se esforça para conseguir o que quer, nunca é um caso perdido. Os que se perdem são aqueles que levam assuntos sérios como os estudos de qualquer jeito, como você o faz.

Os alunos que estavam na sala, ficaram em silêncio. Uma discussão era sempre um motivo de apreensão gerando sussurros entre eles.

- Não, minha cara Chiyeko, isso que você fala não passa de inveja, afinal, você tem que se enfurnar em casa todos os dias para tentar tirar uma boa nota, já eu... Talvez o caso perdido seja contagioso, deveria tomar cuidado. - Dizia o mesmo, deixando o rosto ainda mais próximo de Chiyeko, um pouco mais poderiam se beijar.

Imediatamente a jovem se afastou, dando um passo a trás. Hina se levantou da carteira e olhou para o provocador, tinha uma ideia em mente e isso acabaria com o ego do rapaz.

- Se você é tão bom assim, vamos fazer uma aposta! Se eu te superar nas notas dessa matéria, você vai ter que se desculpar com a Chiyeko e comigo na frente de todos da sala!

Estendeu a mão logo em seguida, para fechar o acordo. O garoto sorria, era interessante e parecia muito fácil ganhar aquilo. Kei que assistia tudo, ficou preocupada, afinal sabia da dificuldade da amiga, tinha medo no que aquilo podia resultar.

- E se eu ganhar... Você terá que me pagar por um mês uma refeição na cantina. - assim que terminava a fala, já apertava a mão da jovem.

O mesmo então saia da sala, acenando num tom de deboche para as três garotas. Hina então olhou para as amigas e enfiou a cara na mesa, produzindo um ruído alto.

- Ahhh... Não acredito que ele foi me pedir uma coisas dessas! Justo eu que não tenho dinheiro nem para o meu próprio lanche!

Chiyeko se aproximou de Hina, colocando a mão no ombro da inconsolada, dizendo num tom de voz baixo, para que a conversa ficasse apenas entre as três.

- Não se preocupe, vamos dar um jeito de fazer você ganhar a aposta! - nos olhos dela um brilho forte aparecia, estava determinada.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Capitulo 2 – A academia § parte I §


A grande cidade do conhecimento, Balamd, se encontrava a só alguns minutos de distancia. Dimitri parece estar entediado com toda aquela viagem enquanto Shiori não podia esconder a sua ansiedade para chegar na cidade.

- O que será que vamos encontrar lá? – Perguntava Shiori ansiosa.

- Hunf, você se preocupa demais. Relaxa em breve vamos descobrir, veja, já estamos nos portões – Ele olhava diretamente para os portões, com um pequeno sorriso no rosto.

Os portões tinham cerca de 5 metros, era feito de madeira com as bordas revestidas de metal, na parte de madeira tinha um grande desenho. De um lado havia um homem segurando uma espada longa apontando para o chão, enquanto do outro havia um Nu Mou segurando um livro que em sua capa havia o símbolo de Daath.

Ao entrar na cidade podia ser visto as grandes construções, em pedra, e no centro podia ser ver a grande academia. Ao se passar mais alguns minutos o cocheiro deixava os dois em frente ao portão da academia. Momentos mais tarde os amigos se dirigiam a sala do diretor da escola para ver aonde eles ficariam, Dimitri, dava algumas batidas na porta e logo podia-se ouvir a voz do diretor.

- Entrem – Dizia o diretor.

Eles entravam e passavam alguns minutos observando a sala do diretor. Ela era cheia de livros nas paredes, havia também um tapete velho que tinha um cheiro estranho. Havia também a mesa, com alguns documentos, atrás da mesa se encontrava o diretor. O diretor tinha cabelos curtos e lisos de cor castanhos, e olhos verdes com um tom de dourado mais ao centro do olho.

- Olá. Eu sou o diretor, Dietrich, e suponho que vocês sejam Dimitri e Shiroi – Dietrich tinha um sorriso simples e sincero no rosto enquanto olhava para os dois a sua frente.

- É um prazer lhe conhecer – Shiori cumprimentava o diretor o qual retribui.

- É um prazer – Dimitri fazia apenas um sinal com a cabeça.

- Bom. Aqui está a o dormitório de vocês e a lista das aulas – Dietrich entregava algumas folhas de papel para os dois – que vão começar semana que vem, agora vão passear e conhecer seus colegas.

- Obrigada – Shiori pegava as folhas, separava as delas das de Dimitri, e entregava as folhas para ele.

Os jovens se despediam do diretor e começavam a andar pela academia até onde seriam seus dormitórios, que para surpresa deles, era um ao lado do outro. Dimitri se dirigia ao seu dormitório e via que na porta havia uma plaquinha com uma letra e um numero, A-01. Ele entrava em seu quarto e observava que teria um colega de quarto, que já estava devidamente instalado, notava-se também que encima da cama, de seu colega, havia um triângulo dourado com uma abertura triangular no meio.

Quando Dimitri terminará de arrumar sua parte do quarto ele saia de lá calmamente, pois sabia que teria que esperar Shiori, dez minutos de espera depois, ele via Shiori saindo às pressas do quarto.

- Me desculpe à demora – Falava Shiori, sorrindo.

- Não se preocupe. Agora vamos, temos muito que ver aqui.

Eles caminhavam pela academia, discutindo sobre como seria quando as aulas começassem, até que eles observavam um grupo de garotos treinando com espadas de madeira. Dimitri e Shiori iam em direção ao grupinho e podiam ver que havia um em particular que derrotava a todos. Ele tinha olhos azuis e um cabelo curto loiro, ele defendia com facilidade os golpes de seu adversário esperando uma abertura para desferir um golpe no estomago do oponente, o que não demorou muito a acontecer.

- Nossa, ele é bom – Falava Shiori, admirando a cena.

- Ele é Uriel, está no segundo ano. O melhor aluno da academia – A voz vinha de um banco perto dos amigos.

- E você quem é? – Perguntava Dimitri, ainda observando o grupo treinando.

- Matt. Estou no dormitório A-03, e você? – Respondia o garoto, ele tinha cabelos e olhos cor azul claro. Vestia uma calça cinza e uma blusa de mesma cor.

- Eu sou Dimitri e ela é Shiori – Ele apontava para a amiga – Estou no dormitório A-01 e Shiroi no A-02.

- Você disse A-01? Bom... então você já viu seu companheiro de quarto. Uriel vem cá, por favor – Gritava Matt.

O menino acabava de derrubar mais um do grupo quando ouviu ser chamado. Ele andava calmamente em direção ao amigo, Uriel vestia uma calça branca e uma camisa verde.

- O que quer, Matt? – Falava calmamente, Uriel.

- Quero lhe apresentar, Dimitri – Ele apontava para o garoto de olhos vermelhos – Seu novo colega de quarto.

Uriel virava para onde Matt apontava e logo seus olhos se encontravam com os de Dimitri. Parecia que iria sair faíscas dos olhos dos dois naquele instante e foi ai que ambos soltaram um sorriso no canto da boca, sabendo que o ano letivo seria divertido para ambos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Prólogo - Lovely Memory

Eu me lembro daquela estação do ano calorosa como se fosse ontem. O céu tão azul com poucas nuvens, o sol iluminando aquele imenso campo de girassóis e a brisa, ah! que brisa...  Refrescava até a alma das pessoas naquele dia. Estavamos os dois, aproveitando as férias na casa da praia de  minha família. Acordavamos cedo, queriamos aproveitar cada segundo juntos e fugiamos em longos passeios à beira da praia para ficarmos sozinhos, olhando o extenso horizonte azul, que mal parecia ter fim, onde somente uma quase impercptível linha separava a água do céu. De mãos dadas, nós percorriamos o caminho de ida e volta, as conversas tão bobas e passageiras que quem ouvisse, acrediatariam que não passávamos de crianças "crescidas".
As vezes me pego sonhando com aquelas férias, imaginando se um dia poderia acontecer novamente, ou se um dia, teriamos o mesmo sentimento mais uma vez. Toda paixão e amor se foram num piscar de olhos, como se nada tivesse passado de um romance barato. Penso que talvez nosso encontro aconteceu no momento errado ou que realmente não era para acontecer...
Não... Não pode ser esse o fim da nossa história. Mas como eu pude me apaixonar por um cara como esse?! Ele me irrita a maior parte do tempo, fala coisas sem o menor sentido, incomoda e além de tudo... é bonito! A personalidade dele não condiz com sua aparencia física...
Já sei! O calor naquela época deve ter mexido com a minha cabeça! Essa deve ser a única explicação...

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Capítulo I - Jornada de Contrato.



London acordou com a forte tempestade lançando gotas furiosas em sua janela, bem como com as trovoadas fortes e contínuas que ousavam estremecer até mesmo seu pequeno apartamento como se a qualquer segundo pudesse derrubá-lo.
Rendeu-se por fim quando o sono extinguira-se, levantando e seguindo em direção à cozinha, pegando a costumeira xícara de café – um costume do trabalho -, ligando a TV enquanto tateava o controle, mudando de canal constantemente sem que encontrasse na programação algo que lhe despertasse à atenção. Suspirou duas vezes enquanto observava os telejornais exibindo as típicas mortes e casos de assassinatos inexplicáveis, bem como alguns relatos exagerados sobre os ocorridos. Para ele que vivia dentro de uma repartição jornalística era fácil entender que muitos daqueles casos horrendos tinham por detrás uma fachada lógica que a mídia camuflava para que o problema parecesse pequeno – quando grande – e vice-versa. Ironizou com o típico sorriso torto, lançando o olhar pela janela da cozinha, perdendo-se no pouco céu negro que conseguia ver através da janela embaçada pelas gotas de chuva.
O telefone tocou.
Com um olhar cismado, aproximou-se do aparelho, atendendo-o.
── Alô?
── London, é você?!
── Sim, sou eu... – Desanimado respondeu para a voz do outro lado da linha, o que deveria ter soado como o mais pesaroso dos sacrifícios.
── Oras, que voz de morto é essa?! O dia está lindo, a bolsa de valores está em alta, nossos empregos estão à salvo e...
── Direto ao ponto, Susy.
── O.K, velho rabugento... O chefe quer que você faça uma viagem para a França e tente descobrir mais sobre um café que existiu à um tempo atrás lá.
── Certo, qual o nome do café, como ele era, em que cidade fica.
── Bem, é aí que você entra Sr. Espertinho. Você é quem vai descobrir essas coisas. Vá para Paris e se vire! Humpf!
A ligação foi encerrada.
London permaneceu na linha, segurando o telefone com a mesma incredulidade a qual iniciou sua jornada de trabalho, sete anos antes no TFN. Suspirou mais uma vez, carregando dessa vez uma grande vontade de gritar com Susy e seu editor chefe, mas preferiu apenas resguardar com paciência sua ira.
Desligou o telefone dirigindo-se para o quarto onde tomou o outro aparelho, agora o celular, procurando na agenda de contatos o número de Susy. Apertou para discar e esperou.
Um toque, dois toques, três...
── Fale...
── Quanto tempo tenho?
── Ah, você vai?! – Ela pareceu radiante com a notícia. London desconfiou, mas permaneceu com a dúvida em mente – Bem, bem, como são apenas suposições que chegaram até nós precisamos de uma boa averiguação e a revista está precisando de um Up, sabe?! Então, vejamos... Ah! Já sei, um ótimo tempo. Você tem exatamente uma semana. Beijinhos.
Ouvir o “Tuh, tuh, tuh, tuh” nunca pareceu tão desagradável quanto fora naquele momento. Franzindo o cenho e arqueando a sobrancelha esquerda o jornalista bufou e num frenesi disparou o telefone contra a parede de tijolos do quarto.
── Sete dias... Ótimo. – Voltou-se para o minúsculo guarda-roupa, trazendo consigo a mala que estava debaixo da cama, jogando tudo o que considerou preciso para uma viagem de sete dias. – Espero que essa viagem valha à pena... bem, será um desconto das férias atrasadas, afinal.
Como que em concordância ou reprovação, London ouviu ao fundo o maior dos trovões ressoar, furioso, estremecendo parte do quarto como outrora acontecera na cozinha.
── Acho que devo considerar isso como um sinal...
Sorriu, verificando mais uma vez na mala se tinha tudo de que precisava. Comprar uma passagem não seria problema com o passaporte e os vistos, embora não se surpreendesse com o fato de talvez chegar ao aeroporto e ter um voo agendado em algum horário graças à Susy. Nesses pontos ela era bastante conveniente, quando por fim não se unia ao editor-chefe e tramava as piores situações para os funcionários em geral. E London bem sabia das enrascadas as quais se meteu com o decorrer dos seus anos de trabalho para aquele lugar. Uma vez fora mandado para a Amazônia para pesquisar sobre uma cultura indígena rara que era dada como extinta, mas que possuía muitas características únicas que precisavam ser reveladas. O único problema foi encontrá-los. Sem informações o suficiente, fora posto à prova durante duas semanas inteiras, buscando sem a mínima base algo do qual pudesse lhe ajudar a decifrar o que seu chefe tanto queria. Acabou encontrando por acaso a tal tribo nos confins da floresta com a ajuda de um guarda eufórico.
Outro lampejo e mais um trovão. Como que para anunciar que estava atrasado, não se delongou muito tempo mais em seus devaneios passados sobre os problemas já enfrentados. Ele conseguira muitas vezes, faria o que fosse para conseguir dessa vez; era um dos motivos de sempre ser requisitado quando o assunto era “descobrir”. Ninguém na repartição tinha mais curiosidade para seguir incessantemente atrás de pistas para respostas.

────

Paris era a mesma cidade, não importando quantos anos se passassem. As ruas, as pessoas, as estruturas, a velha Torre Eiffel, nada mudava, exceto, talvez, a pequena demanda de turistas renovados a cada dia. London respirou com certa melancolia ao relembrar um dos motivos de amar a velha Paris nos seus sonhos adolescentes. O amor. Dito em tantos filmes que a cidade trazia e renovava o sentimento de bem querer por alguém, embora no fundo nunca fora bom o suficiente para o sentimento em questão. E quase como uma desafronta, vira um casal em seus calorosos beijos em uma das tantas mesinhas de café.
O motorista do taxi não parou de tagarelar um só minuto, o que pelo menos quebrou o silêncio imposto pelo jornalista. Sua viagem de Londres até a Paris fora cansativa e demorada. O voo que sua colega de trabalho agendou de último momento atrasou quase duas horas e meia, o que o deixou com seu velho companheiro de bagagem: Memórias de uma Gueixa. Para muitos era apenas um livro qualquer, para ele era uma obra prima. Lia e relia constantemente, gravando com cuidado cada pequeno detalhe que lhe desse uma vaga esperança do que fazer em determinadas situações. A coragem da pequena Chiyo lhe era uma dádiva que pretendia adotar sempre em seus momentos de maior dificuldade. E eis que logo surgira um quando o assunto foi hospedagem. Após pagar o taxista tagarela se viu obrigado a enfrentar a falta de quartos em boa parcela das hospedarias.
Vagando por mais de uma hora London se viu num problema grande: sem lugar para dormir, como poderia ficar na cidade? Visitara toda a parcela de lugares que conhecia e até mesmo muitas desconhecidas e nenhuma delas estava com disposição de quartos devido à alta temporada. Sem rumo certo agora, vagava entre as ruas miúdas que ladeavam boa parte dos caminhos das zonas mais afastadas. Os olhos vagavam aflitos em busca de placas ou quaisquer representações de que um prédio poderia ser uma pousada, uma hospedaria, mas sem sucesso.
── Procurando algo?
Virou-se para um senhor que estava sentado em uma cadeira de balanço no outro lado da rua. Seu olhar bondoso e o sorriso sereno deram a London uma estranha sensação.
── Sim. Uma hospedaria.
── A alta temporada deixou a maioria delas lotadas aqui. – O estranho falava em inglês sem qualquer sotaque local.
London não respondeu. Sua desconfiança permitiu a ele deixar que a prosa não durasse muito. E seu tempo estava se esgotando. Caso não encontrasse nada, seria obrigado a ficar na rua, o que não era muito cômodo para sua situação.
── Pode passar a noite aqui, se quiser.
── A custo de quê? – A frase saiu mais rápida do que ele esperava.
Ao contrário do que esperou o senhor apenas riu de um jeito engraçado e arfado, enquanto se lançava na cadeira, balançando-a para frente e para trás. Por um momento, London em sua fértil mente chegou a imaginá-lo como um papai Noel de férias.
- Não vou fazer nenhum mal a você, jovem. E se está preocupado com pagamentos, pague o que julgar justo.
A oferta era estranha, mas em vista de todo o caminho que andara fazendo era preferível aceitar o que tinha. Caso algo desse errado poderia recorrer em alguma de suas inusitadas saídas de mestre.
── Certo, vou aceitar.
── Oh! Então vou lhe mostrar o meu antigo quarto.
Levantando-se da cadeira tranquilamente, o senhor foi a passos miúdos adentrando uma construção que dava bem seus anos de vida. London o seguiu com a expressão fechada e desconfiada, refletida nos espelhos das portas de um pequeno armário no hall do lugar; este, por sinal, era bem mais ajeitado do que imaginara. Com acabamento em madeira e um gigantesco lustre dourado com acabamentos em prata reinava no alto, ainda que coberto com poeira e já gasto pelo tempo. Tudo ali remetia a um tempo antigo, embora estivessem conservados em sua maioria. As cadeiras que compunham um jogo ao redor da grande mesa de jantar a leste pareciam artisticamente esculpidas por um discípulo de Michelangelo, com arabescos perfeitamente entalhados, dando um charme vitoriano às peças.
── Eram mais bonitas no meu tempo.
O senhor aproximou-se novamente com as mãos cruzadas no dorso, observando a curiosidade de London, que parou sem sequer notar.
── São bonitas.
── Ah, sim. Não fazem mais dessas hoje em dia, uma pena. No meu tempo ter uma dessas era uma amostra do poder aquisitivo.
── Eu imagino que sim. Mas como as conseguiu? Item de colecionador?
── Oh, não. Herdei esse lugar com tudo o que tinha dentro.
── Herdou?
── Sim, sim. É espantoso para você que é um estranho, mas há muita história neste lugar. Uma hora posso contá-lo. Agora ao seu quarto, mas acho que terá que me dar uma ajudinha com a porta, ela emperrou tem uns dias...
Aquele sorriso bobo fê-lo sorrir, também. Seguindo os passos do ancião pela escadaria com o corrimão em igual madeira e polido com verniz do que parecia ser a melhor das marcas na época; embora fosco, ainda mostrava o ar de sua majestade.
Chegaram por fim a porta mencionada outrora. Em tom bege já desgastado pelo tempo – como tudo parecia estar ali -, era entalhada em madeira, também com arabescos em forma de pequenos anjos que subiam pelas laterais, e no topo um homem os esperava com sorriso duvidoso. London voltou a franzir o cenho, especulando os motivos daquelas imagens.
── Bom, o problema dessa porta é que ela não quer mais abrir.
── Deve ser ferrugem.
── Oh, é impossível. Eu faço a manutenção à anos, ela nunca travou antes.
── Então o que sugere? – Fitou-o esperando uma resposta convincente.
── Acredito que... Oh, não faço ideia. – Respondeu em tom animado.
London pôs a mão no rosto, incrédulo com a passividade do senhor com a situação.
── Vou tentar arrombá-la.
Respondendo positivamente com a cabeça, o senhor se afastou e London tomou distância, batendo com o ombro fortemente na porta e abrindo-a sem qualquer esforço; infelizmente, também tombou no chão tão logo tocou na porta.
── Oh, será que errei de quarto?
── Não teve graça.
── Haha, não fique nervoso, jovem. Como recompensa irei fazer um bom jantar. Pode se estabelecer como quiser.
Dito isso ele desapareceu escadaria abaixo. Sozinho, buscou sua mala no corredor, abrindo-a acima de uma cama que incrivelmente não estava cheirando a mofo. De arquitetura arrojada e barroco, o quarto possuía uma estranha aura a qual remetia à realeza. Era extravagante com os móveis em cor tabaco. Por um momento, encarando com maior cuidado em seu torno, sentiu-se próximo ao Titanic. Riu da comparação tola, voltando a por a mente para funcionar agora que supostamente tinha um problema a menos. Precisava encontrar pistas do estranho restaurante que servia como bordel homossexual na década de 50. Segundo Susy, a única pista era que o lugar ficava próximo da Torre Eiffel, embora sem localização precisa. Enquanto caminhava refletindo, viu pela janela a torre em questão, ao longe, talvez duas ou três quadras, erguendo-se por detrás das tantas casas e prédios pequenos. A sensação de inquietude aflorou em seu âmago enquanto cruzava os braços e esboçava o costumeiro sorriso; o desafio foi aceito e ele ganharia a aposta.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Capitulo 1 - O Início

Em 1489 foi dito por todos os cantos de  Vindentrel que em breve a grande abençoada estaria chegando a Daath e que o mundo iria atingir um novo rumo no progresso e na paz, assim eram as palavras vindas dos servos do deus, os Nu Mou's. Muito distante de Daath em uma pequena vila, conhecida por Erindel, três crianças estavam sentados perto do lago observando o por do sol silenciosamente.
- Está na hora de se despedir dessa cidade. - Dizia o menino, ele tinha cabelos um pouco grandes que passavam um pouco do pescoço, vestia uma calça jeans e uma blusa preta e tinha olhos vermelhos, tão vermelhos quanto sangue.

- Podíamos ficar um pouco mais não é, Dimitri? - A menina que falava tinha olhos azuis marinhos, cabelos compridos e vestia uma saia preta com uma blusa azul.

- Se depender de você Shiori, vamos ficar aqui a noite toda - A menina se levantava enquanto falava, ela vestia um vestido longo branco com detalhes de rosas neles seus cabelos longos com um tom de castanho com um brilho que muitos diziam não ser desse mundo e com olhos verdes claros.

- Não podemos ficar aqui para sempre. - Dizia Dimitri.

- Estraga prazeres como sempre. - Respondia Shiori.

- Vocês... Vão se despedir de mim não é? - Perguntava Melody já de pé.

- Claro. - Respondiam Dimitri e Shiori em uni-som e se levantando.

As crianças andavam calmamente sem pressa para voltar para suas casas um futuro dificil esperava cada um deles especialmente para Melody ela, como dizia Dimitri, nascerá sobre uma grande maldição. Ao nascer do sol Dimitri já se encontrava de pé, na verdade mal havia dormido aquela noite, e cansado de esperar já ia em direção ao ponto de encontro.

Não demorou muito tempo para que Shiori chegasse e os dois ficaram a conversar baixinho sobre o que lhes esperava, sobre o que iriam fazer e principalmente o quão rápido irão fazer aquilo. As crianças pararam de conversar quando viram Melody se aproximar junto de uma criatura pequena coberta de pelos brancos, o jovem Dimitri logo fechara a cara não gostava daquele Nu Mou já que fora ele que iria mudar tudo.

- Achei que vocês chegarão mais tarde. - Dimitri falava rispidamente.

- Eu não consegui dormir por isso resolver andar um pouco e acabei encontrando Godfrey na frente da minha casa. - Dizia Melody com uma cara triste.

- Agora que a senhorita despertou é melhor irmos logo. - O Nu Mou tinha uma voz levemente rouca, porém, com um tom profundo e sereno.

- Até onde eu lembro bode ainda vai levar algumas horas para ela ir.

- Hahaha... Tem razão moleque, creio que não haverá complicações em deixa-la com vocês, apesar de tudo se eu ouvi bem isso irá se tornar normal. Fique seguro minha senhora. - Godfrey ia se retirando do local lentamente rindo da expressão de raiva de Dimitri.

- Por que você tinha ser a sacerdotisa Melody? Porque dentre todas as pessoas você tinha que ser a abençoada dos deus. - Perguntava Dimitri.

- Ei Dimitri chega, olhe para a cara da Melody, você sabe que isso é tão difícil para ela quanto para nós. - Falava Shiori brava.

- É por isso que eu vou para Balamd.

- Nós você quer dizer né, Dimitri.

- E eu vou virar a comandante da cidade da fé.

- Nós vamos estar lá com você, seremos os seus guardiões prometemos não é? Dimitri?

- Sim, desde que eu cheguei nessa vila tem sido sempre assim e vai ser sempre assim.

As crianças passaram mais algumas horas conversando e rindo até que o Nu Mou retornou acompanhando de um guarda da igreja, os amigos se despediram da amiga e ficaram a esperar o transporte que iria leva-los para Balamd e assim cumprir a promessa.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Prelúdio - Farplane

Farplane era um mundo harmonioso onde os Deuses viviam em paz com as raças existem no mundo, até que um dia uma guerra entre as raças e os Deuses se iniciou e nada mais restou na terra. Montanhas haviam se partido, cidades tinham sido completamente destruídas e aos poucos os seres vivos foram sendo extintos até restar apenas uma terra de destroços e a arida.

Milhares de anos depois em Farplane já era possível ver sinais de vida surgindo naquelas terras, florestas aos poucos iam nascendo, os rios ficavam límpidos e o ar não era mais toxico. Com o passar dos tempos as raças foram voltando para terra assim como os deuses num desejo secreto de recomeçar o ciclo almejado pela grande Deusa.

Cinco raças eram vistas em um continente chamado Vindentrel, a mais populosa era a raça dos Humanos, criaturas versáteis com grande facilidade de adaptação e de criação em poucos anos já haviam tomado grande parte do continente para si. Os elfos criaturas brancas de orelhas pontudas e pele lisa, seres da floresta como assim se proclamaram, havia também as Vieras uma raça só de mulheres de pele escura e orelhas de coelhos também vivem na floresta, protetoras da grande árvore divina Yggdrasil. Os anões são criaturas pequenas com um grande espírito de exploração e coragem que se aventuraram nas cavernas criadas pela grande guerra e lá fizeram seu reino, e os Nu Mou’s, criaturas pequenas com o corpo coberto de pelos e um rosto parecido com o de cachorros, criaturas devotas aos deuses e suas historias.

Dentre o vasto continente três grandes cidades tomaram conta do local primeiro se tem a grande cidade da fé, Daath, originalmente fundada pelos Nu Mou’s que hoje dividem seu espaço com os humanos devotos. Baland, a cidade do conhecimento, conhecida por ter o maior acervo cultural de todo o continente também é onde fica a grande academia militar que geram os melhores soldados e também existe a cidade negra Midgar, pouco se sabe sobre essa cidade apenas que ela não tem um boa relação com a cidade da fé.

No ano de 1358 d.a foi visto um Nu Mou rezando sobre brasas e não se queimando, outro foi visto embaixo da água por mais de duas horas e não se afogava. Sinais foi o que disseram os outros Nu Mou’s, sinais que aquela abençoada pela Grande Deusa iria estar entre as cinco raças.

* D.A = Depois do Apocalipse, nome dado a grande guerra que destroiu o mundo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Boas Vindas!


Olá! 

Nós somos a Equipe Lotus, um grupo de amigos que gosta de escrever histórias e contos, e resolveram juntar tudo isso em um só local. Gostamos de escrever por diversão e por passatempo, não somos profissionais do português então é possível encontrar alguns erros durantes as histórias. Então, por favor, não façam criticas negativas e sim positivas para que possamos melhorar e evoluir com os nossos projetos.
         Até o momento três fic’s serão postadas no fórum em dias regulares que serão segunda, quarta e sexta, com a possível vinda ou necessidade de algum membro da equipe é possível que a data seja alterada.
         Nós da Equipe Lotus desejamos que vocês gostem de nossas histórias e que as aproveitem e relaxem, lembrem-se sempre de comentar, porque isso ajuda em muito na criação e ânimo.

Atenciosamente, Equipe Lotus!